Lei recente prevê liberação de mosquitos Aedes aegypti com bactérias Wolbachia para reduzir transmissão de dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana na capital
O Distrito Federal avança na luta contra o Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana, com a aprovação da Lei nº 7.306, que prevê a utilização do método Wolbachia como uma estratégia complementar no combate ao vetor. A técnica consiste na liberação de mosquitos Aedes aegypti contaminados com bactérias Wolbachia, que reduzem a capacidade de transmissão dessas doenças.
Diferente de outras técnicas de combate, o método Wolbachia não oferece riscos à saúde humana, sendo considerado eficaz por especialistas. A expectativa é que, ao longo do tempo, a população de mosquitos incapazes de transmitir as doenças supere a dos potencialmente transmissores, contribuindo para a redução das epidemias.
O diretor de vigilância ambiental da Secretaria de Saúde (SES-DF), Jadir Costa Filho, destaca a importância da nova abordagem: “É um método comprovadamente eficaz, que pode vir a somar com as outras estratégias já utilizadas”. O diálogo com pesquisadores que desenvolveram o método já foi iniciado, e a implementação está sendo planejada.
Atualmente, a SES-DF realiza diversas ações de combate ao Aedes aegypti, como a aplicação de inseticidas por meio de fumacês em mais de 28 veículos e a visitação de imóveis por cerca de 700 servidores, que combatem larvas e promovem ações educativas. O engajamento da população também é essencial nessa luta, e o diretor ressalta que a vistoria regular dos imóveis é a medida mais eficaz para evitar a proliferação do mosquito.
Os esforços têm apresentado resultados promissores, conforme demonstrado pelo Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti (LIRAa) de maio de 2023. O índice de infestação na capital estava em 0,5%, considerado satisfatório. Foram visitados mais de 26 mil imóveis, dos quais apenas 132 apresentaram locais com larvas.
A proteção contra a dengue é um dos principais resultados obtidos. Em 2023, o DF registrou uma queda significativa de 62,2% nos casos suspeitos da doença em comparação ao mesmo período do ano anterior, refletindo o empenho das autoridades e da população no combate ao mosquito.
Com a adição do método Wolbachia às estratégias já em vigor, o Distrito Federal busca fortalecer suas ações de controle do Aedes aegypti e proteger a saúde da população, consolidando-se como referência no enfrentamento dessas doenças transmitidas pelo vetor. A expectativa é que a união de diferentes abordagens contribua para alcançar resultados ainda mais expressivos no controle dessas enfermidades.