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PF mira entidades com convênios suspensos após suspeita de descontos ilegais em benefícios do INSS

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Foto: Francisco Gelielçon / Estrutural On-line

Dez entidades que mantinham acordos com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tiveram seus convênios suspensos após a deflagração da Operação Sem Desconto, realizada pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (23). A ação investiga um esquema de descontos irregulares aplicados diretamente nas aposentadorias e pensões de segurados, que teria movimentado cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.

A operação, conduzida em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), cumpriu 211 mandados de busca e apreensão e seis de prisão em 14 unidades da federação. Entre os alvos está o agora ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, afastado do cargo por decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

As entidades suspeitas firmavam convênios com o INSS para oferecer supostos benefícios aos aposentados, como assistência funerária, seguros e planos de saúde. No entanto, de acordo com a PF, os descontos nos contracheques eram feitos sem autorização dos beneficiários. Os valores, então, seriam repassados a empresas de fachada, que lavavam o dinheiro.

Confira as entidades que tiveram os convênios suspensos:

  1. Associação de Aposentados Mutualista para Benefícios Coletivos (Ambec)
  2. Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (SINDNAPI/FS)
  3. Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (AAPB)
  4. Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional (Aapen), anteriormente chamada de Associação Brasileira dos Servidores Públicos (ABSP)
  5. Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag)
  6. Universo Associação dos Aposentados e Pensionistas dos Regimes Geral da Previdência Social (AAPPS Universo)
  7. União Nacional de Auxílio aos Servidores Públicos (UNASPUB)
  8. Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil (Conafer)

Segundo fontes ligadas à investigação, uma única organização suspeita teria recebido mais de R$ 300 milhões em recursos provenientes dos desvios. O esquema foi revelado inicialmente por reportagens do portal Metrópoles.

Os envolvidos podem responder por crimes como corrupção, falsificação de documentos, organização criminosa, lavagem de dinheiro e violação de sigilo funcional. A sede do INSS em Brasília e servidores da atual gestão também foram alvos da operação.

Algumas das entidades mencionadas divulgaram notas públicas após a ação. A Ambec, a Unabrasil e a Cebao negaram envolvimento direto nas práticas ilícitas, alegando que empresas privadas terceirizadas são responsáveis por captar associados. Afirmam ainda que também foram vítimas, e que mantêm programas internos de integridade e compliance.

O Sindicato Nacional dos Aposentados, por sua vez, declarou apoio às investigações e reiterou seu compromisso com a proteção dos direitos dos beneficiários. “Nossa missão é combater qualquer tentativa de golpe contra aposentados e pensionistas”, afirmou a entidade.

As investigações seguem em andamento e novas fases da operação não estão descartadas.

Da redação Estrutural On-line

Fonte: Estrutural Online

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