OPINIÃO Rollemberg aprendeu a respeitar e andar junto com o Legislativo

Opinião

Por Ricardo Callado

O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) tem razão. O ano não foi bom para ninguém. Mas podia ter sido pior. A recessão chegou para ficar um bom tempo. O governo conseguiu avanços, sim. Ainda bem. O rombo no início do ano foi calculado em R$ 6,5 bilhões. Tinha que de imediato evitar que as finanças entrassem em colapso. E cortar as despesas.

O número de secretarias de Estado caiu de 38 para 24. Em setembro, diminuiu para 17. O controle na emissão de passagens áreas e diárias, a redução de veículos alugados e a dispensa de 4,5 mil cargos em comissão resultaram em economia de cerca de R$ 1 bilhão. São exemplos que merecem elogios.

Medidas duras que fez o déficit diminuir. Mas o governo ainda não conseguiu atingir o seu desafio: “fazer com que o cidadão confie na administração pública”. Essa frase foi destacada pelo governador em sua prestação de contas.

No primeiro semestre, pode se faz uma definição. O governo, economicamente, é uma bomba. Politicamente, um traque. Consultores do governador pareciam querer interpretar o Distrito Federal que gostariam que existisse, não o que está aí. Arrotando moralidade e ética. Risíveis.

A estratégia da discórdia é uma piada de mau gosto. Coisa de megalômano. De quem (acha que) tem a verdade absoluta. E, pior, a estratégia iludiu o governo que a adota nos bastidores. No morde e assopra.

A tática do constrangimento mira Legislativo, Judiciário, sindicatos e a sociedade civil. O ódio que perpetua em pessoas atrasadas. Criam-se teorias da conspiração inexistentes e absurdas para justificar covardias. É valente às sombras. E se acovarda quando lhe convém. Ainda bem que o governador não é assim. Mas tem direcionado muito mal as suas orelhas. E vai pagar o preço pelas suas escolhas. Por razões que um dia talvez eu possa revelar, confesso-me perplexo com o que vejo neste momento.

Uma das áreas que melhor funciona no governo é a Casa Civil. De julho para cá. A mudança fez bem. O rancor e o centralismo não sentam mais na cadeira. O titular da Casa Civil não mais disputa com o gabinete principal. Querer mandar em um governo sem ter sido eleito democraticamente é golpe. E não terá golpe. Golpistas não passarão. Nem destilando ódio a tudo e a todos. Nem com perseguições infantis.

O chefe da Casa Civil Sérgio Sampaio é um cara honesto em suas palavras e atos. Elogiou a atuação e o empenho dos deputados distritais em aprovar projetos que irão ajudar o governo. Que vão minimizar a atual crise econômica.

Nas últimas semanas de sessões legislativas, o Palácio do Buriti comemorou a aprovação de pelo menos 40 proposições de autoria do Executivo. Vão desde permissões de vendas de terrenos e créditos suplementares, o que a injetará recursos na receita do DF. No começo do ano, isso era impensável. E não foi culpa do ex-secretário de Relações Institucionais, Marcos Dantas. O golpe tentado no primeiro semestre não progrediu. E Dantas teve seu reconhecimento.

Sem a estratégia da discórdia no governo, os números são representativos. O momento é de crise. E necessita união. O resultado da união entre os dois poderes pelo desenvolvimento de Brasília é claro. Executivo e Legislativo se uniram para resolver os graves problemas encontrados no início de 2015. Foi uma comunhão de esforços produtiva e eficaz.

Mesmo assim, a Câmara negou a aprovação que autoriza a venda da área localizada próxima ao Parkshopping. Valor estimado em R$ 400 milhões. Foi retirado de pauta. E, ainda, a aprovação de emenda que reduz de 33 para 28 os terrenos do governo a serem negociados. Nem isso fez com que o Palácio do Buriti minimizasse a importante participação dos distritais no processo.

O secretário-adjunto de Relações Institucionais, Igor Tokarski, que sucedeu Marcos Dantas, foi responsável direto pela articulação política do governo na Câmara Legislativa. Dialogando com o governo, os parlamentares souberam agilizar a análise imparcial de projetos prioritários, sem que questões políticas ou partidárias prejudicassem o processo. É um pacto por Brasília para que possamos sair o quanto antes da crise.

Somente em créditos suplementares o governo conseguiu aprovar R$ 1,74 bilhão para o ano que vem. Além disso, aprovou projetos que devem ajudar a injetar recursos em caixa para que o Palácio do Buriti consiga cumprir o acordo de pagamento do reajuste de servidores públicos do DF.

A Câmara e o governo estão de parabéns. Venceu a estratégia do diálogo. O Buriti se libertou. O ódio e a discórdia bufam. E não vai ter golpe.

Fonte: Blog do Callado