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“Bolsonaro não respeita as orientações sanitárias” afirma o distrital Jorge Vianna

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Por Sandro Gianelli

Para o deputado distrital Jorge Vianna o maior legado que a pandemia pode deixar para o Brasil é a permanência dos equipamentos que foram adquiridos para o combate a Covid-19 pondo um fim a falta de UTI’s no Brasil

O deputado distrital Jorge Vianna em entrevista ao programa Conectado ao Poder, da rádio Metrópoles, falou sobre a flexibilização das normas de combate contra a Covid-19, do avanço das vacinas e da condução do presidente Bolsonaro durante a crise causada pelo novo Coronavírus.

Conectado ao Poder – No DF praticamente toda a população adulta já tomou pelo menos com a 1ª dose da vacina contra a Covid-19. Você acredita que já é o momento para darmos uma relaxada?

Jorge Vianna – Penso que sim, porque devemos fazer o parâmetro ao nível nacional, então não podemos pensar que o DF é algo isolado. Como estamos vendo no resto do País está tendo uma queda considerável na taxa de ocupação, porque a minha preocupação nunca foi contaminação e sim taxa de ocupação dos hospitais. E o que estive ocupado que não fosse grave, ou seja de UTI’s, que é o nosso maior gargalo no país, foi e pelo jeito sempre será. Não há investimento na questão secundária e terciária nesse quesito.

Conectado ao Poder – Você tocou em um ponto interessante, falou que foi sempre  um gargalo, após essa pandemia você acredita que vai ficar um legado de pelo menos mais UTI’s para termos equilíbrio na ocupação? 

Jorge Vianna – Vai, se os órgãos controladores, as entidades, a sociedade civil continuar cobrando, porque os governos investiram bastante em respiradores. O problema é que quando vai relaxando eles vão descontratando e com isso eles pegam os recursos que tinham para a saúde e começam a investir em outras áreas. Temos que impedir que eles tirem os recursos da saúde. Temos que abrir na saúde e nunca fechar, então se conseguimos abrir e contratar, se conseguimos algo a mais temos que manter. Espero que nós consigamos sempre estar cobrando e permanecer com as UTI’s.

Isso seria o sonho de todo mundo, e até comentei com o governador: “Imagina um dia, você está no governo e as pessoas falam assim — olha não falta UTI no DF”. Seria inédito em Brasília, não faltar UTI, porque sempre faltou, estou há 20 anos na saúde e sempre ouvi falar que faltam UTI’s. Seria um marco do governador e de qualquer governador, ele falar em toda a entrevista — em nosso estado não faltam UTI’s.

O que custa, o dinheiro já está lá, não vamos remanejar e deixar esse dinheiro quieto e investir mais na saúde, o legado da pandemia é justamente melhorar a saúde.

Conectado ao Poder – Como você avalia o comportamento da população que de certa forma continua se aglomerando?

Jorge Vianna – A população tem um comportamento baseado na orientação dos seus representantes e essa onda de aglomeração no nosso país parte muito e não como não dizer, de uma falta de orientação do próprio governo federal. Nós não temos uma unicidade de pensamentos, enquanto tem várias manifestações promovidas pelo próprio presidente que não há uma importância desses controles de população e aglomeração, acaba incentivando ou deixando as pessoas mais tranquilas e com menos medidas em relação às aglomerações. Não tem como nós assegurarmos isso e já perdemos o controle, penso que nem um governador consegue mais segurar a onda de aglomerar, ou seja, com essas notícias que estamos vendo do Brasil das taxas de contaminação e morte caindo e com a vacinação aumentando, a questão da aglomeração é uma coisa sem volta.

Conectado ao Poder – Você julga que está havendo excessos nessas prisões como a do Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB?

Jorge Vianna – Eu particularmente achei um excesso a prisão, por essa prisão ser uma atitude mais severa no processo. Eu julgo que naquele caso, uma condução à autoridade policial para fazer um termo coercitivo e acredito que poderia já dar o recado, e ser ouvido pelas autoridades policiais e a prisão ficou muito pesada. Desconsiderando a vida perversa dele, mas eu falo dessa apologia que ele está fazendo, não só ele quem faz, artista também está fazendo festas, clipes e incentivando de certa forma algo e não há esse tipo de conduta, então assim, o momento está tenso nos poderes e todos estão querendo mostrar. O presidente é o chefe maior do estado, tem as forças armadas para poder usar na hora que quer, o Congresso Nacional pode demitir o presidente, então tem uma força. O Senado tem o poder de prender tanto o Congresso quanto o presidente, o Congresso tem condições de tocar um impeachment de um ministro do Supremo, ou seja, cada um deles tem a sua força. Nem uma força é maior que a outra, entretanto está tão tenso, e penso que o público tem um grande equívoco em não apaziguar isso. Um presidente em uma corte não pode tomar uma dor tão forte ao ponto de querer romper a conversa com os outros poderes. E acredito que está bem tenso, tem que entrar uma figura mais parcimônia que possa fazer essa harmonia voltar, se é que isso tem volta, né?

Conectado ao Poder – Na sua opinião o presidente Jair Bolsonaro cometeu algum crime que justifique um processo de impeachment?

Jorge Vianna – Cometeu, quando ele atentou contra a saúde pública, cometeu e continua no curso cometendo esse crime que é justamente não respeitar as orientações sanitárias.

Como estou falando, se você tem um chefe do Executivo que não recomenda e não orienta os seus comandados, subordinados, ou seja, a Nação brasileira, ele está incentivando que isso pode causar e pode elevar a morte de um cidadão.

Eu diria não à prisão, diria um processo de impeachment baseado em improbidade do Executivo, atentando contra a saúde pública, está na constituição é crime federal.

Conectado ao Poder – O sr. pensa que o Congresso está lavando as mãos em não abrir o processo de impeachment?

Jorge Vianna – O presidente tem vários pedidos (mais de 100) de impeachment, e muitos deles baseados no que eu falei. Agora você sabe como funciona o impeachment, né, sabemos que o presidente da Câmara é um aliado do presidente, a não ser que role algum desentendimento igual aconteceu com o Lula e a Dilma, não vai sair impeachment, nem de um lado e nem do outro. A Dilma vacilou em não ter o controle nas casas, o presidente ainda tem um pouco de controle, não vejo os presidentes da Câmara e do Senado 100% aliados do presidente, mas estão aliados.

Quando eu falo que a Dilma vacilou, foi porque vacilou no geral, quando deixou de eleger o presidente da Câmara e do Senado que não fossem 100% deles, na política não pode ser 50%, ou ele é 100%, ou leva rasteira.

Eu já vi muitas vezes aquela história do Shakespeare, é amiguinho do cara, ele te coloca na cadeira das mais importantes do país e te dá a caneta, se ele não for muito amigo seu, muito amigo, eles dão a rasteira. Então o PT deixou o Congresso ser comandado por uma turma que não é 100%, o MDB e o resultado está aí, por isso eu digo que foi um vacilo.

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