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Um dos principais conselheiros do presidente russo Vladimir Putin, Vladimir Medinski, alertou que uma tentativa da Ucrânia, com apoio da Otan, de retomar áreas atualmente controladas por tropas russas pode desencadear uma guerra nuclear. A declaração, feita durante uma entrevista recente, eleva ainda mais a tensão em torno do conflito iniciado em 2022.
Medinski, que também lidera a delegação russa nas negociações de paz, comparou o possível cenário a disputas territoriais históricas, como o conflito entre Armênia e Azerbaijão. Segundo ele, um cessar-fogo superficial, sem um tratado de paz definitivo, poderia apenas adiar um confronto mais grave.
— Se isso acontecer, será o fim do planeta — declarou o assessor, referindo-se à possibilidade de um confronto atômico caso a Ucrânia, após ingressar na Otan, tente retomar os territórios ocupados.
Atualmente, cerca de 20% do território ucraniano está sob domínio russo. A permanência dessas áreas sob controle de Moscou é uma das condições impostas pelo Kremlin para um acordo de paz duradouro, além da suspensão de sanções econômicas e o fim da expansão da aliança militar ocidental no Leste Europeu.
Do lado ucraniano, o presidente Volodymyr Zelensky rejeita qualquer proposta que envolva a perda de território. Em pronunciamentos anteriores, ele já classificou essas exigências como inaceitáveis.
— Isso não é uma proposta de paz, é um ultimato — afirmou o líder ucraniano.
A ameaça nuclear feita por Medinski ganha peso diante do imenso arsenal bélico da Rússia. Segundo a Federação de Cientistas Americanos, o país possui o maior estoque de ogivas nucleares do mundo: cerca de 5.580 no total, sendo mais de 4.300 prontas para uso imediato. O controle dessas armas está concentrado nas mãos de Putin, que carrega constantemente a chamada “maleta nuclear” — um sistema portátil que garante comunicação direta com a liderança militar russa.
Especulações indicam que outros altos oficiais russos, como o ministro da Defesa Andrey Belousov e o chefe do Estado-Maior Valery Gerasimov, também teriam acesso a esse dispositivo.
Apesar da retórica bélica, a guerra teve um momento raro de trégua nesta segunda-feira (9), quando Rússia e Ucrânia realizaram uma nova troca de prisioneiros. O acordo envolveu 1.200 combatentes de cada lado, além da devolução de corpos de soldados mortos em combate.
Da redação Estrutural On-line
Fonte: Estrutural Online