Leandro Cruz faz balanço do ano letivo e anuncia o programa Virando o Jogo Educação

Leandro Cruz faz balanço do ano letivo e anuncia o programa Virando o Jogo Educação

O final do ano letivo no Distrito Federal se encerrou nesta quinta-feira (28), com um balanço apresentado pelo secretário de Educação, Leandro Cruz, das ações de 2020, que em meio à pandemia se tornou um ciclo letivo 2020/2021. Durante o encontro com a imprensa, o secretário informou que as aulas têm início no dia 8 de março e  anunciou o lançamento do programa Virando o Jogo Educação. 

O ano de 2020 deixará graves sequelas em Brasília, no Brasil e no mundo, segundo Cruz. Por isso, a necessidade da implementação do programa Virando o Jogo Educação.

Ele explicou que o ano letivo de 2021 começa, mas não acaba no ano que vem e o programa se estenderá. “É um programa para uma década, para acompanhar e resgatar cada estudante, cada conteúdo. Bem como tratar cada aspecto, emocional ou pedagógico que tem o estudante. Tratar, ainda, o conteúdo de ensino, além de demais conteúdos culturais, esportivos, com a ideia de que o ciclo de educação se faz de forma completa dentro da escola.”

“O melhor lugar para se educar uma criança é dentro da escola. O melhor lugar para uma criança estar é dentro da escola”, diz Cruz.

O Virando o Jogo Educação contempla um conjunto de projetos voltado para Cultura, Cidadania, Ciência e Esporte. Foram pensados para esse momento de readaptação que será vivido ao retorno pouco a pouco com planejamento e organização.

A escola sempre tem que ser um lugar seguro, agradável de possibilidades e oportunidades. O projeto tem a missão de contribuir para o retorno presencial em cada uma  das unidades escolares com toda a segurança necessária e para dar início a ações que não se encerram no ano de 2021.

Ano difícil

Durante o balanço, Cruz enfatizou que o ano letivo 2020 teve início no dia 10 de fevereiro com suspensão no dia 12 de março em função da pandemia do Covid-19. Ele recordou e classificou como a sabedoria do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha de ter providenciado a interrupção das atividades. Medida mais acertada para aquele momento.

“Se Brasília consegue passar sem a falência do seu sistema de Saúde, um dos motivos é que Brasília foi a primeira cidade do país a criar regras de distanciamento social, fechamento de serviço não essenciais já a partir de março. Isso foi fundamental para a gente garantir essa caminhada dura, penosa, com muito sacrifício, com vítimas, mas sem falência do nosso sistema de saúde.”

Escola em Casa DF

A data da retomada das aulas foi dia 3 de julho e nesta quinta (28) é encerrado oficialmente o ano letivo.  Cruz enfatizou que o Escola em Casa DF é uma das ações que foi o divisor de águas na prestação de serviço da educação pública gratuita e de qualidade do DF ante a pandemia.

“O aplicativo garantiu o aluno tivesse direito e acesso à educação, mesmo estando em casa, com segurança garantiu que ele não fosse nenhum vetor, nenhuma vítima do coronavírus”, comemorou o secretário. Ele lembrou que foram disponibilizados pacotes de dados gratuitos, com chip oferecido em papelarias credenciadas, e além do Cartão Material Escolar.

Quando Cruz passou a palavra ao secretário Executivo de Educação, Fábio de Sousa, este ressaltou que o governador Ibaneis Rocha disponibilizou sinal de internet para todos os estudantes e professores para ter acesso à plataforma Escola em Casa DF. Além disso foi possível realizar a entrega de material escolar em casa. Assim, nenhum estudante pudesse “ficar para trás naquele momento”.

Agradecimento

O secretário da Educação pontuou a importância da construção do aplicativo não ocorre no dia em que a técnica disponibiliza na rede. Cruz agradeceu a participação do corpo docente. Lembrou que a construção do aplicativo foi feita por servidores da educação, pelos professores e professoras d rede.

“Alguns familiarizados com a rede, outros poucos familiarizados com a rede, e outros, como é o meu caso, por exemplo, nada familiarizado com a rede. Esses professores se reinventavam a cada momento a cada dia para garantir em primeiro lugar a atenção ao nosso estudante de casa e em segundo garantir qualidade de educação para aquele que estava em casa, sem deixar nenhum estudante para trás”, acrescentou.

Material escolar

Outro ponto destacado foi a entrega de material escolar. Os alunos puderam retirar nas escolas a entrega de material em suas salas. Também, o secretário aproveitou para homenagear a disposição dos professores em ir de encontro ao aluno.

“Rendo homenagem à busca ativa de uma das coisas mais lindas, foi a coisa mais solidária que aconteceu no ano de 2020. As nossas escolas não se contentaram, nossos professores não se acomodaram com aqueles estudantes que foram até nós através do aplicativo”, disse.

Ele também lembrou que foram usadas algumas estratégias interessantes. “Fomos buscar estudantes com carro de som, com panfleto, professores batendo na porta de cada estudante, de cada aluno, de cada aluna da nossa rede, garantindo assim que a gente tivesse crescimento da participação do estudante tanto pela distribuição do material impresso entregue em casa ou na escola como do ponto de vista da nossa rede”, acentuou Cruz.

Retorno às aulas

O subsecretário de Educação Básica da SEE, Tiago Cortinaz, que também estava à mesa ao lado de Leandro Cruz, na entrevista coletiva, observou que esse ano foi de um esforço gigantesco e de muito aprendizado para cada um. Segundo Cortinaz, em 2021 não será diferente que terá novos desafios a enfrentar. Entre eles o trabalho com o ensino híbrido no qual os professores atenderão os alunos presenciais sem deixar de dar atenção àqueles que estiverem assistindo aula por meio da internet.

Cruz ressaltou também que as escolas estiveram abertas durante todo o ano letivo encerrado nesta quinta. Seja, de acordo com ele, para a busca ativa dos estudantes para reformas, manutenção, para entrega de material impresso, de cestas verdes, cestas de alimentação para os estudantes.

Ele enalteceu o quanto foi importante o trabalho realizado pelos coordenadores, assim como dos professores, cada servidor da regional de ensino que garantiram o funcionamento contínuo das unidades escolares. Inclusive, para que “parcela da rede pudesse estar em casa para dar o conteúdo de modo remoto um outra estava no dia a dia, no chão de escola recebendo pais e toda a comunidade escolar”.

Google Sala de Aula

Com relação a números, a plataforma Google Sala de Aula hoje tem 443 mil estudantes inscritos e 36 mil profissionais da educação. “Tivemos 17,5 milhões de estudante que acessaram entre o dias 22 de abril a 27 de janeiro à plataforma e 3,6 milhões de acessos dos professores à plataforma”, sublinhou Cruz.

No mesmo período, o número de postagens até o dia de ontem totalizou  11.433.930 post de professores e 404.089 post de estudantes.

“Garantindo, assim, a interação e que os nossos estudantes recebam as suas tarefas, as correção, materiais pedagógicos e tudo que a criatividade de cada professor dentro da sua casa, que transformaram em verdadeiros estúdios, na sala de casa, na cozinha, pegando um pedaço da sua casa para transformar em sala de aula. A rede ensino estava no lar de 36 mil de professores e de professoras. Um espaço pedagógico da rede ensino do Distrito Federal”, informou.

Cruz aproveitou para agradecer a todos os estudantes, que se não tiveram durante o ano tão difícil que não tiveram tirado o seu direito ao ensino.

Tiago Cortinaz salientou que em nenhum momento a parte afetiva deixou de ser praticada, mesmo distante dos estudantes, virtualmente, estavam todos juntos. Sempre incentivando os estudantes sem deixar nenhum aluno para trás. Além disso, valorizou a participação das famílias que mesmo no formato híbrido elas continuem apoiando os filhos nessa parceria entre família, aluno, rede pública de ensino, “é o que queremos”.

Cruz defende que é necessário um plano de educação de uma década. Ou seja, o ciclo letivo deve se estender, com acompanhamento daquele estudante que está no primeiro ano de ensino fundamental, passando pelo processo de alfabetização, um projeto desafiador, com o uso de tecnologia.

Em seguida,  ao falar do Cartão Material Escolar, Cruz agradeceu na pessoa do presidente do BRB, Paulo Henrique Costa. E acrescentou que por determinação do governador que o estudante não tivesse cessado à alimentação. O Cartão Pré-pago Cesta de Alimento abrangeu 106 mil estudantes e 23 mil crianças matriculadas em creche. Um investimento total de R$ 133 milhões, inclusa a distribuição das cestas verdes e de produtos não perecíveis que havia em estoques. “A nutrição dos estudantes é o objetivo da alimentação escolar”, frisou o secretário.

Método remoto para estados

Escola em Casa DF apoiou não só os estudantes do DF, mas também de todo o Brasil. Segundo Cruz, a plataforma construída em Brasília foi repassada pela Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). Utilizada pelas secretarias do Tocantins, Espírito Santo, de vários estados, centenas de municípios a plataforma garantindo que o conhecimento produzido no DF fosse democratizado para o Brasil.

De acordo com Cortinaz, o estado do Amazonas, que hoje passa por grave crise sanitária,  foi um dos primeiros a doar aulas que foram compartilhadas com os professores, após o início da pandemia. Mas o DF avançou muito, nesse período com organização de conteúdo para ser distribuído por meio de tecnologia. “E agora muito próximo do Enem tivemos a oportunidade de apoiar, com solidariedade apoiar todos os estados na preparação para o Enem”, destacou Cortinaz.

O secretário de Educação lembrou que não houve nenhuma ocorrência durante a aplicação das provas do Enem. Ele cumprimentou os diretores e professores que conservam as escolas em condições elogiáveis e foi quesito destacado em elogios pela equipe do Enem 2020.

Chão de escola

Outro destaque do ano letivo foi a conservação dos estabelecimentos escolares, cuidar da sala, de aula, do refeitório, garantir lavatórios. Os investimentos nesse quesito foi de R$ 210, 6 milhões em 2020. Já em 2019, foram R$ 151,2 milhões e em 2018, R$ 142,5 milhões. O contrato de manutenção resultou em R$ 42 milhões em PDAF, que significa a aplicação de recursos direto na escola para manutenção, obras tais como cobrir uma quadra, reformas de parque infantil, pátio ou ainda compra de equipamentos, como ar-condicionado, prover a escola de internet.

Foram feitas reformas em 294 escolas, receberam direto por contratos de manutenção da Secretaria de Educação. E 386 escolas receberem via PDAF da secretaria ou vindo de recursos de empenhos legislativos. Isso garantiu que todas as escolas do DF recebesse algum tipo de investimento durante o ano letivo.

O secretário citou a escola Porto Rico, como exemplo emblemático. Está há seis anos em reforma. “Vamos entregar no dia 8 essa escola pronta para receber os alunos.  Absolutamente pronta para receber os estudantes”, frisou. Ele ainda citou o CI 10 da Ceilândia que passou por reformas, a escola da Vila Planalto que será entregue nova, entre outras.

Creches

A intenção da SEE é acabar com a fila de creches a serem entregues até 2022. O atendimento atual é da faixa de quatro a cinco anos, mas se está trabalhando para atender crianças de três anos, logo em seguida dois anos e berçário. Foram entregues quatro creches em Ceilândia e Lago Norte, duas em Samambaia. Escolas Técnicas serão entregues em Brazlândia, e mais creches em São Sebastião e na Vila Planalto.

Ao ser questionado pelo Tudo Ok Notícias se Leandro Cruz considerou que a missão foi cumprida no ano de 2020 à frente do comando da SEE, ele disse que “a missão não está cumprida porque a missão continua, porque a gente considera o ano de 2020 não encerrado. A gente encerra o ano letivo, mas vamos continuar na luta para zerar todos os anos causados pela pandemia”.

Em relação aos pais de alunos, o Tudo OK Notícias, quis saber do secretário qual a palavra ele dirigiria a eles, que passaram momentos difíceis no novo momento da educação.

“A nossa palavra é muito clara. Vocês tenham a certeza que nenhum estudante ficará para trás. E nenhum de seus filhos será abandonado, que nenhum estudante nosso, seja da Eja à creche terá desconhecido o que foi o ano de 2020”, asseverou Cruz.

“Temos muito claro que esse ano existe. Por isso que a gente fala, claramente, que nós vamos virar o jogo na educação do Distrito Federal, num trabalho de ciclo 2020-2021 e por aí vai e será uma década de tratamento desse ano”, continuou ele.

Segundo Cruz, a criança, o jovem, o adolescente enquanto serão acompanhados, enquanto estiverem na rede de ensino para conseguir recuperar esse conteúdo.

“E mais do que isso, transformar essa crise em uma oportunidade”, disse Cruz, emendando “como eu escutei essa semana de um diretor de escola, tirar o ‘s’ da crise e criar, em cima dessa crise, criar uma grande oportunidade para que a gente faça, pegue esse problema que estamos vivendo hoje e transforme em uma alavanca de oportunidades de educação para esse momento da educação do Distrito Federal.”

O programa Virando o Jogo tem esse objetivo. “Está sendo construído com muito cuidado, muita democracia, para que a gente tenha a construção de uma ferramenta pedagógica ao longo dos próximos dez anos capaz de recuperar, alavancar o nosso estudante o nosso ensino para todos os nossos alunos”, concluiu Leandro Cruz.

Matéria publicada originalmente no portal Tudo Ok Notícias 

Foto: Reprodução da Matéria