Vai até domingo (29), a programação do “Festival Agô – Música e Ancestralidade” e o “Seminário Fealha”, no Memorial dos Povos Indígenas (MPI), no Eixo Monumental, em Brasília. O festival, que começou na quinta (27) , oferece entrada gratuita para todos os públicos.
O encontro congrega artistas, lideranças dos povos indígenas e comunidades negras e mescla diferentes formas de valorizar o conhecimento dos povos tradicionais. A programação traz shows, oficinas, feira e mesas com a presença de mestres e jovens que têm na música a conexão com o sagrado.
A diretora do festival, Tâmara Jacinto ressalta que a música numa comunidade tradicional não é só cantada, mas vivida de uma forma complexa.
“A música vem com uma língua e com uma dança. Carrega a identidade de cada povo, tratando-se de comunidades indígenas e afro-brasileiras. A música é o nosso instrumento, o veículo para poder chegar aos corações das pessoas”, diz a diretora.
Além das apresentações culturais, o evento abriga o Seminário Fealha (que significa “terra sagrada” em Yaathe, idioma do povo Fulni-ô), que traz palestras e debates em diferentes horários.
O Distrito Federal tem cerca de seis mil indígenas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desses, a maioria está em áreas urbanas.
As três regiões administrativas com maior população indígena são Ceilândia, Planaltina e Samambaia. A única terra indígena delimitada no DF é a Terra Indígena Santuário Sagrado dos Pajés – Pajé Santxie Tapuya, no Setor Noroeste, área de forte especulação imobiliária.
Rosana Jesus
Jornalista | MTB – 0011674/DF