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Casal de saguis-da-serra-escuro encanta visitantes no Zoológico de Brasília neste fim de ano

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Ameaçado de extinção, casal João Paulo e Ana Maria já pode ser visitado no micário após processo de adaptação

Quem visita o Jardim Zoológico de Brasília neste fim de ano tem um encontro especial com os novos moradores do micário: João Paulo e Ana Maria, um casal de saguis-da-serra-escuro, espécie considerada uma das mais raras e ameaçadas de extinção do Brasil. Vindos de São Paulo, os animais passaram por exames físicos, laboratoriais e de imagem ao chegar à capital, além de receberem reforço alimentar e acompanhamento veterinário.

Quem aproveitou os últimos dias de 2025 para passear no Zoo foi a empresária Alessandra Costa, 31, que visitou o espaço acompanhada pela família. Segundo ela, apesar de já ter estado no Zoo em outras ocasiões, esse passeio foi especial por marcar a primeira vez do filho no local. Ela comentou sobre a presença dos saguis-da-serra-escuro, recém-chegados ao Zoológico de Brasília. Para ela, o contato mais próximo com espécies raras contribui para a conscientização do público. “É legal poder ter esse contato mais de perto com esses animais. Isso ajuda a educar as pessoas e reforça a importância de preservar a natureza”, completou.

O diretor-presidente do Zoológico de Brasília, Wallison Couto, explica o trabalho executado para que os animais pudessem ser incluídos no caminho dos visitantes. “Com a conclusão de todas as etapas de quarentena e adaptação, os saguis-de-serra-escuro já podem ser visitados pelo público. Essa liberação é resultado de um trabalho técnico cuidadoso, que prioriza o bem-estar dos animais e também permite que os visitantes conheçam de perto uma das espécies mais raras e ameaçadas do Brasil, reforçando nosso compromisso com a conservação da biodiversidade”, afirma.

A chegada dos saguis-da-serra-escuro faz parte de um programa nacional de conservação coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que envolve estudos populacionais e o manejo de espécies ameaçadas, explica a chefe de mamíferos, Hellen Cristina de Sousa. Segundo ela, dentro desse processo, é realizado um acompanhamento técnico dos animais e, posteriormente, o pareamento de indivíduos com potencial reprodutivo, para preservar a genética da espécie.

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“Os dois saguis foram resgatados de um quintal localizado na Zona Leste da Região Metropolitana de São Paulo, um ambiente urbano”, conta. “Após o resgate, eles foram encaminhados para um centro especializado em manejo e conservação de animais silvestres, onde passaram por um processo criterioso de recuperação, readaptação e reforço nutricional antes de serem destinados ao local definitivo. Somente após essa etapa, os animais foram encaminhados ao Zoológico de Brasília”, explica Hellen.

A chefe de mamíferos reforça ainda o papel fundamental do zoológico na conservação e na educação ambiental. Segundo ela, ao contrário da percepção de exploração que algumas pessoas têm, o objetivo principal do Zoo é preservar espécies ameaçadas e conscientizar o público. “É uma forma de garantir que as gerações futuras também possam conhecer esses animais”, afirma.

Adaptação

O transporte do casal ocorreu por meio do Voo Solidário da Latam, uma iniciativa que auxilia no deslocamento de animais ameaçados de extinção para projetos de conservação. Os dois chegaram ao Zoológico de Brasília separados e foram encaminhados inicialmente ao Hospital Veterinário. Lá, passaram por um período de quarentena, etapa fundamental para identificar e tratar possíveis doenças sem risco de transmissão para outros animais. Após essa fase, houve a junção do casal, que permaneceu em um espaço de adaptação para fortalecimento do vínculo entre eles. Somente depois desse processo, os saguis foram transferidos para o micário, onde hoje podem ser vistos pelo público.

A tratadora Thaynara Kuhl explica que a rotina dos saguis-da-serra-escuro é cuidadosamente planejada para respeitar os hábitos naturais da espécie. Segundo ela, os animais dormem cedo e costumam acordar por volta das 7h. “Quando a gente chega, eles já estão saindo da casinha”, relata.

A alimentação acontece três vezes ao dia. Pela manhã, os saguis recebem frutas e verduras. Por volta das 11h, a dieta é complementada com insetos, já que se trata de uma espécie com comportamento de caça. À tarde, por volta das 14h, eles se alimentam novamente com frutas. O recinto foi ambientado para que os animais mantenham comportamentos semelhantes aos que teriam na natureza. Na parte superior do espaço, foram colocados galhos e estruturas que estimulam a movimentação, além de folhas secas no chão, que permitem que eles procurem insetos, reforçando esse comportamento natural.

Fonte: Portal 84 Notícias

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