Segundo um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV), a cada dez pessoas que recebiam o Bolsa Família em 2014, seis conseguiram deixar o programa nos dez anos seguintes. A constatação faz parte do estudo Filhos do Bolsa Família.
O levantamento é feito em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). O registro mostra que a maior taxa de saída do programa é dos que eram adolescentes em 2014.
Enquanto a taxa média de saída dos beneficiários foi de 60,68%, entre os jovens de 15 a 17 anos de idade, a proporção chega a 71,25%. O público avaliado na pesquisa é classificado como a “segunda geração” do programa criado em 2003.
A pesquisa buscou informações do mercado de formal de trabalho por meio da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego, declaração anual obrigatória que as empresas enviam ao governo para registrar dados sobre trabalhadores.
A pesquisa concluiu que o ambiente socioeconômico no qual estão inseridos os beneficiários do Bolsa Família influenciou a taxa de saída do programa no período de 2014 a 2025.
“É muito difícil dar passos largos sem tirar da fome. É difícil estudar se não tirar da fome. É difícil trabalhar se não tirar da fome. Esse passo justifica os mais pobres no Orçamento”, afirma o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias.
A pesquisa da FGV foi divulgada na mesma semana em que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que mais de 8,6 milhões de brasileiros deixaram a linha da pobreza em 2024.
O benefício base é de R$ 600, que pode ser aumentado em casos de haver criança e grávida na família, por exemplo. O valor médio do benefício está em R$ 683,28. Em novembro, o programa tinha 18,65 milhões de famílias e custava R$ 12,69 bilhões.
