Saia das rodas, Governador, vá às ruas!

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Por Ricardo Callado

As rodas de conversa foi sucesso durante a campanha de 2014. O então candidato Rodrigo Rollemberg conseguiu fazer a diferença. Com estrutura de campanha pequena, e sem dinheiro para atrair a população, as rodas surtiram efeito. Além de ter um apelo visual para trazer o novo ao horário político.

Na televisão, caiu bem Rollemberg falando para um público pequeno, mas interessado. Enquanto falava, eram feitos closes nos presentes, com ar sério e de entendimento ao que o orador dizia.

Essa tática não é nova. Os marqueteiros de plantão copiaram a ideia. E adaptaram para melhor se encaixar com o jeito mais tímido de Rollemberg. Em 2012, o deputado Daniel Coelho (PSDB) foi candidato a prefeito de Recife. Ele usou as rodas colocando emoção a cada discurso que fazia.

Daniel foi candidato contra os dois maiores grupos políticos de Pernambuco: O PT, que tinha como candidato o ex-ministro Humberto Costa, e o PSB, do então governador Eduardo Campos (PSB).

Venceu o candidato do governo, Geraldo Júlio (PSB). Mas Daniel Coelho foi a grande surpresa da eleição. Chegou em segundo e deu um susto em Campos. Dois anos depois, foi eleito deputado federal com boa votação. Veja aqui uma roda de Daniel (https://www.youtube.com/watch?v=q8q9Xr0Q5sA).

Rollemberg foi além. Usou as rodas e se elegeu. Só que o evento ficou pequeno para ser usado por governador. É preciso ampliar. E utilizar outras formas para chegar ao povo. As rodas podem continuar e produzir imagens positivas, a serem usadas em vídeos publicitários. Seus consultores informais devem concordar.

Não adiantar inventar moda. Governante tem que ir às ruas. Sentir o cheiro do povo. Do contrário será carimbado como elitista. É preciso ser governador do Distrito Federal. Não apenas da Geração Brasília, mais de todas as gerações. De todas as classes sociais.

A ideia é visitar as regiões administrativas. Nessas idas, se aproxime da população e ouça o que ela tem a dizer. Anote suas prioridades. Com os secretários ao lado, Rollemberg pode deixar a insegurança de lado e ali mesmo ordenar ações para solucionar problemas.

Sair do gabinete vai fazer bem para o governo. Se as reivindicações forem atendidas, o efeito será positivo. Até hoje não conheço nenhum governante que se deu bem despachando em palácios ou residências oficiais. Ou apenas em rodas de conversa.

É preciso sentir o cheiro do povo. Ver o sol que tem lá fora. Ou a chuva. E os problemas que a sociedade enfrenta.

Rollemberg tem que perder a timidez. Olhar nos olhos. Mas do que uma decisão, é uma necessidade. O governo precisa melhorar seus índices de aprovação. A cúpula do governo e da base aliada sabe que 2015 é um ano perdido. E que a recuperação possa vir em 2016. Já estamos em agosto. É preciso correr, pois o novo ano está ali na esquina.

Os mais realistas acreditam que 2016 também será difícil para o governo. E para a população. Não acontecerá a virada. Ainda é preciso consertar muita coisa em casa. Já 2017, Rollemberg deverá ter um fôlego financeiro.

Politicamente, estará em frangalhos. A sua avaliação de governo, que hoje já é ruim, vai cair ainda mais. Terá pouco tempo para se recuperar. Se o govenador continuar acreditando da mágica dos pitacos stalinistas de sua consultoria externa, pior para ele. Se buscar a solução na equipe de comunicação, dá na mesma. Ela bebe da mesma fonte. É subordinada externamente.

Os índices de aprovação serão determinantes para o sucesso ou o fracasso de Rollemberg. Se estiver bem, mantém a base aliada ao seu lado. Do contrário, será uma debandada geral. A temporada de isolamento político será antecipada. Não adianta ter assessores dentro do palácio buscando a harmonia, enquanto externamente outros incendiários tocam fogo, xingando deputados, juízes, desembargadores, jornais, revistas, blogs profissionais de comunicação, sindicatos, partidos e até a própria sociedade. Rollemberg está bem arrumado na vida.

Saia das rodas, de Brasília. Vá às ruas, ao Distrito Federal. A visita às cidades não é uma ideia nova. Mas é uma boa ideia. E faz bem ao governante. Vai dar fôlego. A sinceridade do povo vai se contrapor aos assessores de palácio que só levam notícias boas ao chefe. E fará com que Rollemberg tenha o controle do governo.

Da Redação do Portal ABBP