Crise econômica no Distrito Federal é pior que a nacional

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Por Ricardo Callado

O Governo do Distrito Federal enfrenta a pior crise econômica de sua história. O Executivo está perto da falência. Os projetos para aumentar impostos e taxas, o corte de gastos e a mão pesada em cima do servidor público é comparada a uma concordata. Um estágio abaixo da falência. Mais suave. Se o Buriti não se recuperar, é Brasília que entra em estado falimentar. Vai sobrar para todo mundo.

O problema econômico que o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) enfrenta é, assustadoramente, muito pior que a encrenca da presidente Dilma Rousseff (PT). O governo federal ainda tem gordura para queimar. No plano nacional, junta-se a isso a crise política e a crise ética.

O governo federal, os partidos da base e seus aliados abusaram de cometer erros. Se lambuzaram com o recurso público. E hoje perdeu o diálogo com o Senado e a Câmara dos Deputados. Além da Polícia Federal e o Ministério Público estarem ao encalço dos bandidos que meteram a mão no dinheiro do contribuinte. É uma questão de tempo para ruir de vez. Permanecendo ou não no poder.

Rollemberg não enfrenta, por enquanto, uma crise política. Tem o apoio da presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão (PDT). Os deputados se mostram responsáveis em não deixar a cidade quebrar. Mas não irão dividir o desgaste enfrentado por Rollemberg. O governador não pode exigir da Câmara que penalize a população. Nem o governo tem esse direito.

Rollemberg cometeu erros nos primeiros meses de governo. Ouviu conselhos errados. E também tomou decisões da própria cabeça levado pela empolgação, e não pela razão. A situação do governo já era conhecida desde o fim do ano passado. Não houve surpresa alguma. Tudo estava claro e programado, como os reajustes do servidos público.

Rollemberg perdeu o time. Se tivesse se aproximado do Legislativo logo no início do ano e planejado um pacote de ajustes enquanto ainda estava em lua-de-mel com a população nada disso teria acontecido. Empurrou a situação com a barriga enquanto deu. E não deu certo. Sobrou o tudo ou nada. E, politicamente, tornou-se um suicida.

O governador não tomou essas atitudes por dois motivos. O primeiro é que foi mal assessorado. Colocou ao seu lado pessoas que só enxergam o Executivo. O poder pleno. Uma democracia de uma esquerda ditatorial e atrasada. Pregam a nova política copiando o antigo modelo soviético. Legislativo e Judiciário são relegados a segundo plano. Se forem linhas auxiliares, palmas. Do contrário, o achincalhe. Só atrapalham. Isso na opinião dos falsos republicanos.

O segundo motivo foi não querer se desgastar com o eleitor que havia acabado de lhe dar o cargo mais alto do DF. Tinha alcançado o sonho de ser governador. Estava em êxtase. Acabara de chegar ao poder. E achava que sua equipe técnica ia achar solução para tudo. Que seus meninos e meninas eram capazes. Até sambou com blocos carnavalescos em pleno salão do Palácio do Buriti, com direito a batucada. Nenhuma festa dura para sempre.

Rollemberg é uma pessoa bem-intencionada. Uma alma boa. A crise no GDF tirou o Sorriso e o sono do governador. E deu-lhe mais cabelos brancos e uma cara sisuda. Entre sua carreira política e o governo, escolheu salvar o segundo. E se afundar politicamente. Foi um gesto nobre.

Mas, caso seu pacote de maldades consiga êxito, pode ressurgir daqui a dois anos como o cara que salvou o Buriti do buraco. O tempo dirá. Brasília terá meses muito difíceis daqui para frente. Junta-se a isso uma crise econômica no País. Rollemberg tem uma missão. E precisa saber o que fazer com ela. E escolher quem estará ao seu lado.

Da Redação do Portal ABBP